Os barcos do Mucuripe silenciam sobre o mar, calmo feito um tapete obediente, acostumados que são. Como nós, as vezes…
Procuro desejos esquecidos … ! Não consigo alcançá-los…! Minha alma clama, então, não sei bem porquê, pelo …
O SAL DE PORTUGAL
Ao caminhar em tuas calçadas, do Tejo à Torre de Belém, senti acelerar cada vez mais forte meu peito esquerdo, o pulsar sem me fazer prevenir, de um marujo ao partir na caravela a desbravar, tal um amor inesperado. Senti forte teu vento a desafiar meu rosto, o teu sol a me dar o gosto de sal … o SAL de Portugal.
Ó SAL !
SAL do mar,
Do mar de Portugal.
SAL que me faz,
Refaz origens,
Faz-me firme em terras minhas.
SAL de um PORTO seguro, de um sangue puro, da minha alma inocente!
SAL das entranhas da caravela a desbravar todo um mar. Todo o mar, todo o mar …
SAL inquieto que me jaz bem em Belém. É o SAL que me convém.
Que não me quer todo paz. SAL da onda forte que me faz além.
É o SAL da partida, encrostado no casco. É o SAL de Pedro e Vasco. Sou grumete de Pinto e Nina.
É o Infante a me prometer uma missão. (“… e o acaso a me proteger!”)
É a fada a me dedicar o fado da separação. (é o sim, é o não)
É a tormenta que não amedronta, me excita. (que me faz, que me desfaz)
E o mundo em explosão dentro de mim. (sou eu, … sem ser)
É a volta de minha história parida. (aí, terra que também é minha)
É o meu chão reconhecido.
Eis-me em teus braços, Portugal, no prazer de tuas estrelas exclusivas,
A reeditar tua historia. A redizer tua gloria!
Eis-me todo tua, minha Portugal. Do Alantejo à Viana
A reeditar tua glória. A redizer tua história!
A bordo todos os meus sonhos e amores,
Do Porto ao Açores, posto que sou contumaz …
Eis-me teu sal.
Sal do teu mar
De um mar único,
Gaivotas a revoar
O mar de Fernando.
E se um dia me levares, Ó mar
Envolto no véu de tua magia
O vento com gosto do teu SAL
Estrelas fazem da noite meu dia
Vindo da energia de um mar
O mar de Portugal.