Instituto Atlântico, 10 anos de muito “Axé” na terra do Forró !!!
(Publicado na Revista Infobrasil – abril 2011)
Com o artigo “Quando o Forró venceu o Frevo”, saudamos, há 10 anos, a chegado do Instituto Atlântico (IA) ao Ceará. Como o título insinua, o artigo fazia alusão à conquista alencarina ao atrair o IA para o nosso estado. Denominado estrategicamente CPQD, a época, a instalação do IA teve sua articulação liderada por Lenardo Castro e pelo então titular da SECITECE, o deputado Ariosto Holanda.
A chegada do IA suscitou, naturalmente, tanto na academia quanto no mercado, algumas interrogações. Na verdade, o IA agregou duas destacadas contribuições à área de Tecnologia da Informação (TI) do Ceará. De um lado, o IA serviu de referencial na gestão de processos de desenvolvimento tecnológico, característica encravado em seu DNA herdado do CNPQ da antiga Telebrás. Por outro lado, o IA estimulou reações desenvolvimentistas fortes no estado. Os empresários cearenses TI reagiram positivamente e formaram o Instituto Titan, logo em 2003. Criaram corpo também o ITTI do Instituto Federal do Ceará, o NATI da UNIFOR, e vários outros laboratórios de P&D em TI pertencentes à UFC e à UECE. Alguns desses laboratórios tiveram uma parceria inicial com o IA para, logo em seguida, passaram a formar suas estruturas próprias de gestão, facilitando-os a captar recursos da Lei de Informática, em especial, e se tornarem autônomos.
A competente gestão de Eduardo Bernal abriu caminhos para que seu sucessor, o não menos brilhante José do Atlântico (viche Maria! Pois não é que eu esqueci o nome do meu amigo Zé, frequentadores que somos do Pré-carnaval da Dona Mocinha). O Zé, com o apoio do Chico do Atlântico (acho que esses paulistas são filhos de cearenses), transformaria o IA na primeira instituição do Norte e Nordeste a ter o respeitado CMMI-5 (Capability Maturity Model Integration), o nível máximo da certificação internacional de desenvolvimento de software, o mais importante do mercado.
Passados 10 anos, é de se reconhecer que o IA e os seus parceiros cearenses (empresas Secrel, Avicena, etc., laboratórios LDS do IFC, LESC e GREAT da UFC, etc.) têm muito a festejar ao terem contribuído efetivamente para o desenvolvimento da TI no estado, projetando uma imagem positiva da competência cearense no setor, tanto de nossas instituições de ensino que formam seus técnicos, quanto a de pesquisadores envolvidos em seus projetos. Nesse contexto, vale lembrar também a participação do IA no consórcio cearense do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), em parceria com a UFC, a UECE e o CEFET-CE.
Se hoje, 2011, o “forró está vencendo o frevo” na corrida tecnológica de TI, bem,… rhum-rhum (coceirinha na garganta)… há de se tirar o chapéu para a “grande sacada” do Porto Digital de Silvio Meira, enquanto perseguimos no Ceará uma iniciativa semelhante. De repente, a questão não seria quem vence quem, “Forró, Frevo ou Axé” … (psiu, acreditas nessa? Eu não!). Talvez, mais relevante, é o fato do setor de TI do Nordeste crescer a taxas superiores à média nacional, liderado pela terra de Dodô & Osmar, aonde o IA se instalou recentemente.
Sendo assim, como entre “forrozeiros, cirandeiros e Olodunistas” de TI estão salvando-se todos, só nos resta agradecer ao seu superintendente do IA, Claudio Violato, a significativa contribuição de uma década no desenvolvimento tecnológico na área de TI no Ceará.
Parabéns a todos que fazem o IA, onde sempre fui muito bem tratado!
Mauro Oliveira